Pelo menos 15 mil estrangeiros de 80 países viajaram para a Síria e o Iraque, numa "escala sem precedentes", para aderir à milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, revela um relatório do Conselho de Segurança das Nações Unidas, citado hoje no jornal inglês The Guardian.
Ao proclamar a criação de um califado em junho, o Estado Islâmico tratou de estabelecer uma base territorial, indo além da rede terrorista Al Caeda, que sempre operou da clandestinidade. Assim está conseguindo atrair cerca de mil novos combates por mês.
"Os números desde 2010 são muitas vezes maiores do que o total acumulado entre 1990 e 2000 - e estão crescendo", afirma o relatório, produzido por um comitê do Conselho de Segurança que monitora Al Caeda. Se a rede fundada por Ossama ben Laden está enfraquecida, levou a uma grande proliferação de grupos extremistas muçulmanos, inclusive o EIIL, uma dissidência da Al Caeda no Iraque que se separou definitivamente do grupo-mãe no ano passado por causa da guerra civil na Síria.
Mais avançado tecnologicamente para se aproximar da juventude rebelde sem causa, o Estado Islâmico usa incessantemente as redes sociais para propagar suas mensagens, enquanto o último discurso de Ayman al-Zawahiri durou 55 minutos, desanimando a audiência em potencial.
A "falta de disciplina nas mídias sociais", acrescenta o relatório, indica que a liderança do EIIL "reconhece o terror e o valor de recrutamento de canais de comunicação múltiplos, uma linguagem social diversificada e outras mídias".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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