quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Suíça reduz previsão de crescimento para 1,8% neste ano

Por causa da instabilidade da economia mundial e da perda de força da recuperação na Zona do Euro, o governo da Suíça diminuiu hoje sua expectativa de crescimento em 2014 de 2% para 1,8% e em 2015 de 2,6% para 2,4%. A tendência para a América Latina é de "anemia" por causa das atuais recessões na Argentina e no Brasil.

"A degradação recente dos indicadores de curto prazo para a Zona do Euro e a Alemanha criam um contexto que difere sensivelmente daquele de junho passado", observa o Grupo de Especialistas da Confederação Helvética.

Na sua análise conjuntural, os especialistas afirmam que "a retomada da economia mundial ainda é frágil e ameaçada por numerosos riscos." Uma melhora sólida e em grande escala "ainda não está a vista", mas as diferenças entre países e regiões são acentuadas, acrescentam os economistas suíços.

A fraqueza dos indicadores de crescimento e confiança, especialmente na Zona do Euro, aponta uma recuperação mais lenta, enquanto as tensões geopolíticas entre Rússia e Ucrânia e no Oriente Médio aumentam a insegurança de empresários e consumidores. Até a Alemanha dá sinais de debilidade.

Por um lado, a crise das dívidas públicas da periferia da Zona do Euro está controlada pela determinação do Banco Central Europeu (BCE), anunciada em 2012, de fazer o necessário para garantir a sobrevivência do euro. Ao mesmo tempo, os países do Sul da Europa, inclusive a França, "estão presos numa espiral negativa (crescimento fraco, desemprego elevado, enfraquecimento dos bancos e pressões sobre a política orçamentária)", entendem os suíços.

O Grupo de Especialistas da Suíça, que divulga análises conjunturais a cada três meses, nota "tendências de melhora na Espanha" em razão do aumento da competitividade e do crescimento das exportações. Não espera a volta da recessão na Zona do Euro, mas um avanço de 0,7% neste ano e de 1,2% em 2015, insuficiente para recuperar o mercado de trabalho.

No resto do mundo, as tendências divergem. Os EUA devem manter sua recuperação moderada que reduz o desemprego pouco a pouco. Se isso acontecer, a Reserva Federal (Fed), o banco central americano, deve aumentar as taxas básicas de juros, praticamente zeradas desde o fim de 2008 para combater a crise.

"Na Grã-Bretanha, a economia também deve continuar a se desenvolver com dinamismo depois que as incertezas ligadas à independência da Escócia sejam dissipadas. Ao contrário, no Japão, a retomada parece menos robusto do que esperado", prossegue a análise conjuntural.

Entre os mercados emergentes, "fortes tendências à anemia se desenham na América Latina (recessão no Brasil e na Argentina) e na Rússia, em consequência do conflito com a Ucrânia. Em contraste, na Ásia, a economia chinesa se mostra relativamente robusta e a Índia parece superar o desaceleração do crescimento que enfrentou nos últimos anos."

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