Pela primeira vez desde que os nacionalistas fugiram para Taiwan com a vitória da revolução comunista na China, em 1949, os líderes dos dois países vão se encontrar. O dirigente máximo do regime comunista chinês, Xi Jinping, e o presidente taiwanês, Ma Ying-Jeou, se reúnem no próximo sábado em Cingapura.
Eles vão discutir as relações bilaterais, mas não devem assinar nenhum acordo nem divulgar comunicados conjuntos, revelaram fontes não identificadas da Presidência de Taiwan. Mais detalhes serão anunciados amanhã em Taipé, a capital taiwanesa.
Horas depois, o regime comunista da China confirmou o encontro histórico, informou a televisão pública britânica BBC.
Como a China não reconhece a existência de Taiwan, que considera uma província rebelde, as duas nações pouco interagem a nível estatal. Quando a China entrou nas Nações Unidas, em 1971, Taiwan foi excluído. Para ter relações com a China, todo país precisa romper com a ilha. Os contatos são feitos de partido a partido ou através de organização supostamente não governamentais, mas não existem na China ONGs independentes do governo.
Em 2016, será realizada a sexta eleição presidencial direta em Taiwan. Mais uma vez, o Partido Democrático Progressista, favorável à independência da ilha, é franco favorito. Isso aconteceu na primeira eleição direta, em 1996, quando a China fez testes de mísseis para intimidar Taiwan e conter o ímpeto independentista.
Na época, os EUA enviaram dois grupos navais liderados por porta-aviões para o Estreito de Taiwan, humilhando a China. Desde então, o regime chinês ampliou significativamente seu poderio militar para impedir que isso se repita.
Com a primeira eleição de Ma, em 2008, as relações melhoraram. O atual presidente é do Kuomintang, o partido nacionalista derrotado pelos comunistas no fim da guerra civil chinesa. Sua plataforma eleitoral foi baseada na política dos três nãos: não à unificação, implicaria a anexação de Taiwan pela China; não à independência, que provocaria uma reação militar chinesa; e não à guerra que seria causada por uma declaração de independência.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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