segunda-feira, 2 de março de 2015

Netanyahu tenta impedir acordo nuclear EUA-Irã

Na véspera de um discurso no Congresso dos Estados Unidos em que vai tentar minar o acordo nuclear entre as grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas e o Irã, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu alegou que faria qualquer coisa para garantir a segurança de Israel. Ele descreveu o acordo como uma "ameaça à sobrevivência de Israel".

Em discurso hoje no Comitê Americano-Israelense de Assuntos Públicos (AIPAC), o líder da direita em Israel negou estar colocando seu país em meio ao fogo cruzado da política interna dos EUA ao aceitar o convite do presidente da Câmara, o deputado republicano John Boehner, líder da oposição ao governo Barack Obama, para falar no Capitólio.

O primeiro-ministro negou estar desrespeitando o presidente dos EUA, que não vai recebê-lo nesta viagem, mas a imprensa de Israel revelou que partiu dele a proposta do discurso, encampada por Boehner, que então fez o convite formal.

Seu objetivo é claro: pressionar a oposição republicana, que hoje tem maioria na Câmara e no Senado, a votar contra o acordo negociado por EUA, China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha, de um lado, e o Irã, do outro, para desarmar o programa nuclear iraniano e evitar que a república islâmica faça a bomba atômica. Muitos deputados e senadores americanos vão boicotar o discurso.

Ao mesmo tempo, Netanyahu faz campanha para as eleições israelenses de 17 de março de 2015, apresentando-se como o único líder capaz de garantir a segurança do país.

A direita e a maioria da opinião pública de Israel não acredita nas supostas boas intenções do Irã, que tenta se livrar das sanções econômicas internacionais contra o programa nuclear. Netanyahu está certo que o regime dos aiatolás quer apenas ganhar tempo para detonar uma bomba atômica e proclamar seu status nuclear.

Netanyahu exige que o Irã seja totalmente proibido de enriquecer urânio e abra suas instalações nucleares a inspeções irrestritas da Agência Internacional de Energia Atômica. A ditadura teocrática iraniana insiste no direito de enriquecer urânio para uso pacífico em usinas de geração de energia. Neste caso, a direita israelense acredita que só uma operação militar para destruir as instalações militares iranianas acabaria com a ameaça.

O prazo final para um acordo é 30 de junho de 2015, mas a expectativa é que as linhas gerais sejam acertadas até 31 de março.

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