As Forças Armadas do Chade e do Níger lançaram hoje uma ofensiva aérea e terrestre contra a milícia extremista muçulmana Boko Haram no Nordeste da Nigéria, informou o canal de notícias francês France24. Ontem, a milícia jihadista declarou lealdade ao Estado Islâmico.
"Hoje de manhã bem cedo, as tropas nigerinas e chadianas iniciaram uma ofensiva contra o Boko Haram em duas frentes, na zona de Bosso e perto de Difa", declarou um alto funcionário do Níger à Agência France Presse (AFP).
Há mais de um mês, sob pressão do Boko Haram, o Níger reforçou a região de Difa com milhares de soldados. No fim de janeiro, Camarões, o Chade e o Níger atacaram posições do grupo jihadista no Lago Chade, no extremo norte da Nigéria.
No sábado, três atentados terroristas a bomba contra dois mercados públicos e um terminal rodoviário mataram pelo menos 58 pessoas e feriram outras 139 em Maiduguri, capital do estado de Borno, uma das áreas de maior atividade do Boko Haram.
Também ontem, o Exército da Nigéria anunciou a retomada de três localidades no Nordeste do país: Buni Gari e Buni Yadi, no estado de Yobe; e Marte, no estado de Borno.
A ofensiva nigeriana visa a garantir a realização das eleições de 28 de março. Teria pressionado os rebeldes jihadistas, expulsando-os dos centros urbanos, mas o ataque múltiplo em Maiduguri mostra que os terroristas mantêm seu poder de fogo.
Desde que aderiu à luta armada para impor sua versão sectária do islamismo, o Boko Haram trava uma guerra civil em que cerca de 12 mil pessoas foram mortas, de acordo com o Conselho de Relações Exteriores dos Estados Unidos. Na análise da empresa americana de análises estratégicas Stratfor, pela primeira vez o Boko Haram enfrenta uma ameaça à sua sobrevivência.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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