quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Líder estudantil exige renúncia do governador de Hong Kong

Um dos líderes do movimento pela democracia deu um ultimato hoje, exigindo a renúncia do governador do território autônomo de Hong Kong, Leung Chun-ying, até amanhã, sob pena de "ocupar diversos prédios públicos".

O regime comunista chinês considera o protesto "ilegal". Até agora, confia na capacidade do governo local de controlá-lo. Mais de 20 pessoas foram presas em outras regiões para impedir a propagação do movimento pela democracia pelo resto da China.

Desde domingo, milhares de manifestantes ocuparam o centro da cidade, especialmente o distrito financeiro, para cobrar do governo central de Beijim o cumprimento da promessa de permitir a eleição direta do próximo governador, em 2017.

É a maior crise em Hong Kong desde que a ex-colônia britânica foi devolvida à China, em 1997. A mobilização lembra o movimento por democracia e liberdade na Praça da Paz Celestial, em Beijim, esmagado pelo Exército Popular de Libertação em junho de 1989, no episódio mais trágico da história do país depois da Grande Revolução Cultural Proletária (1966-76).

Atualmente, o governador é escolhido indiretamente por um comitê controlado pelo regime comunista. A partir de 2017, passará a ser eleito diretamente. Em agosto deste ano, o governo chinês revelou que os candidatos terão de ser aprovados por Beijim, o que provocou a revolta.

Hoje é a data nacional da República Popular da China, 65º aniversário da vitória da revolução comunista liderada por Mao Tsé-tung. Sob pressão das autoridades chinesas, o governador parece apostar no esvaziamento da mobilização pela democracia em Hong Kong, que teria impacto sobre todo o país

Durante visita aos Estados Unidos, o ministro do Exterior da China, Wang Yi, advertiu que os protestos em Hong Kong são "uma questão interna". A seu lado, o secretário de Estado americano, John Kerry, apoiou o movimento pela democracia.

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