terça-feira, 20 de outubro de 2015

Turquia já aceita transição na Síria com Assad

A Turquia está pronta para aceitar a manutenção do ditador Bachar Assad no poder na Síria durante um período de transição de seis meses, admitiram hoje dois altos funcionários do governo turco citados anonimamente pela agência de notícias Reuters.

De acordo com um deles, a Turquia concordaria com o plano desde que o afastamento de Assad depois seja definitivo. Os Estados Unidos, a Alemanha e o Reino Unido também admitem esta possibilidade.

A guerra civil na Síria criou sérios problemas para a Turquia com a entrada no país de 2,5 milhões de refugiados, mas o presidente Recep Tayyip Erdogan vê na queda de Assad uma chance para aumentar a influência turca no Oriente Médio.

Erdogan aproveitou um atentado terrorista que matou 33 pessoas em Suruç em 20 de julho para intervir diretamente na Síria a pretexto de combater a milícia Estado Islâmico do Iraque e do Levante, mas ataca principalmente os curdos para inviabilizar a criação de um Curdistão independente. Ele chegou a defender a imposição de uma zona de exclusão aérea e de uma "zona de segurança" dentro do território sírio para enviar os refugiados.

Com a intervenção militar da Rússia no conflito sírio desde 30 de setembro, a zona de proibição de voo ficou inviável. O presidente russo, Vladimir Putin, alega que Assad é o governante legítimo da Síria e deve ser apoiado para um combate efetivo ao terrorismo. Mas a Rússia também entrou na guerra sob a alegação de combater o Estado Islâmico, mas ataca todos os grupos de oposição.

A estratégia de Putin é reduzir o conflito a uma guerra entre o regime de Assad e o Estado Islâmico para forçar os EUA, a Europa e seus aliados no Oriente Médio a aceitar a manutenção do ditador no poder.

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