O Exército Popular de Libertação (ELP) está investigando por corrupção 14 altos oficiais militares, inclusive o filho de um ex-vice-presidente da poderosa Comissão Militar Central (CMC), revelou hoje o jornal South China Morning Post, de Hong Kong.
Uma grande campanha anticorrupção é a maneira usada pelo secretário-geral do Partido Comunista e presidente da China, Xi Jinping, no poder desde 2012, para consolidar seu comando sobre o Exército e o partido. Xi prometeu "caçar as moscas e os tigres".
Depois do ex-ministro da Segurança do Estado Zhou Yongkang, que pertenceu ao Comitê Permanente do Politburo do Comitê Central do PC, o seleto grupo que manda na China, e do chefe da espionagem interna, Ma Jian, o alvo agora é o filho do general da reserva Guo Boxiong.
Mas não é a a primeira vez. O ex-vice-presidente da CMC Xu Caihou está sendo investigado por corrupção há meses. Guo e Xu eram os dois vices, na comissão, do ex-presidente e ex-secretário-geral do PC Hu Jintao, o líder supremo do regime comunista antes de Xi.
A Comissão Militar Central é tão poderosa que hoje um líder chinês só tem pleno controle do poder quando acumula três cargos: presidente do país, secretário-geral do PC e presidente da CMC.
Durante o tempo em que foi o dirigente máximo da China, o todo-poderoso Deng Xiaoping (1978-1992), arquiteto das reformas que transformaram o país na segunda maior economia do mundo rumo ao topo, tinha como principal cargo oficial a presidência do CMC.
Xi foi escolhido líder do partido em novembro de 2012, tomou posse na presidência em março de 2013 e imediatamente virou presidente da CMC. Por isso, é considerado o dirigente chinês mais poderoso desde Deng.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
terça-feira, 3 de março de 2015
China investiga 14 altos oficiais do Exército Popular de Libertação
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