Em breve entrevista na Casa Branca, o presidente Barack Obama repudiou o discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, convocando hoje o Congresso dos Estados Unidos, dominado pela oposição conservadora, a rejeitar um possível acordo negociado entre as cinco grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a Alemanha e o Irã para impedir que o programa nuclear iraniano faça armas atômicas.
"Não há nada de novo no discurso do primeiro-ministro Netanyahu, nenhuma proposta alternativa viável", declarou o presidente dos EUA. "A questão é como impedir o Irã de ter armas nucleares. Como vimos, as sanções econômicas não foram suficientes para parar o programa nuclear iraniano. Nem uma guerra seria melhor do que o nosso acordo. Se eles violarem o acordo, será muito mais fácil perceber se tivermos um regime de inspeções."
A duas semanas das eleições gerais em Israel, Netanyahu falou no Congresso dos EUA e acusou o acordo de "garantir que o Irã terá essas armas". Oficialmente, foi convidado pelo presidente da Câmara, o deputado republicano John Boehner, mas a imprensa israelense diz que a ideia partiu de Bibi, o apelo do primeiro-ministro.
Netanyahu acusou não só os EUA, mas a China, a Rússia, a França, o Reino Unido e a Alemanha de agir de maneira irresponsável, ameaçando a segurança internacional e a sobrevivência de Israel.
Em Genebra, na Suíça, onde chefia a delegação do Irã, o ministro do Exterior, Mohamed Javad Zarif, declarou à TV americana CNN que "o medo e o conflito não servem a ninguém" mas afirmou que o discurso não interfere nas negociações.
Ao defender posições mais duras no discurso, o primeiro-ministro linha-dura de Israel afirmou que o Irã, pressionado por sanções econômicas e a queda nos preços do petróleo, tem mais interesse num acordo do que as grandes potências. Seria mais suscetível a pressões.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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