A ofensiva conjunta das Forças Armadas do Chade e do Níger contra a milícia extremista muçulmana Boko Haram conseguiu retomar a cidade de Damask, no Nordeste da Nigéria, que havia sido ocupada pelos terroristas, informou o sítio de notícias sul-africano News24. Cerca de 200 rebeldes e 10 soldados chadianos morreram em combate.
Desde sábado, pelo menos 200 veículos e milhares de soldados dos países vizinhos invadiram a Nigéria na caça do Boko Haram. "Eles são bandidos e criminosos que nada têm a ver com religião", afirmou o general brigadeiro chadiano Zakaria Ngobongue. A República de Camarões também participa da operação para cortar a rota de fuga dos terroristas.
Os Estados Unidos, a França, o Reino Unido e a União Europeia apoiam a criação de uma força multinacional de 8.750 homens liderada pela Nigéria e o Chade, com a participação de soldados do Benin, de Camarões e do Níger, para combater o jihadismo na África Ocidental.
A escalada na guerra civil nigeriana, que transbordou para os países vizinhos, acontece semanas antes das eleições de 28 de março de 2015 na Nigéria por causa do medo de intensificação da violência. O Boko Haram defende o boicote ao pleito, antes previsto para 14 de fevereiro, por repudiar a democracia como anti-islâmica.
Depois de seis anos de luta contra o governo da Nigéria para impor sua versão sectária do islamismo, o Boko Haram declarou no sábado lealdade à milícia jihadista Estado Islâmico, que domina cerca de um terço do Iraque e um quarto da Síria e está cada vez mais presente na Líbia. Seria um risco a mais de internacionalização da guerra civil nigeriana com a vinda de voluntários de outras regiões.
Desde que o Boko Haram aderiu à luta armada, em 2009, pelo menos 12 mil pessoas morreram na guerra civil nigeriana, estima o Conselho de Relações Exteriores dos EUA, sendo 10 mil só no ano passado.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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