A geração de empregos teve forte alta nos Estados Unidos em setembro de 2014, com saldo de 248 mil vagas, o ritmo mais forte desde junho, superando a média das previsões dos economistas, que era de 215 mil postos, informou hoje relatório mensal de emprego do Departamento do Trabalho.
O índice de desemprego caiu de 6,1% para 5,9%, o menor desde meados de 2008, quando estourou a crise com a falência do banco de investimentos Lehman Brothers, levando à Grande Recessão. No início do ano, estava em 6,6%, depois de ter chegado a um pico de 10% no auge da crise, em 2009. O índice de desemprego amplo, que inclui quem desistiu de procurar trabalho, está em 11,8%.
Com a queda no número de novos pedidos de seguro-desemprego na semana passada, havia uma forte indicação da recuperação do mercado de trabalho americano em setembro. A alta do emprego em agosto foi revisada para cima, de 142 mil para 180 mil vagas.
No mês passado, os serviços profissionais e para empresas contrataram mais 81 mil trabalhadores; o comércio, mais a construção civil, mais 35 mil; o setor de saúde, mais 23 mil; e a construção civil, mais 16 mil. No setor manufatureiro, a situação ficou estável.
"Em qualquer avaliação econômica, estamos melhor agora do que quando eu tomei posse", festejou o presidente Barack Obama. A oposição republicana alega que a recuperação poderia ser ainda mais forte. Para o deputado federal texano Kevin Brady, "o aumento do salário mínimo e a imposição de novas regulamentações impedem a economia de andar em marcha rápida".
Mais de cinco anos depois do fim da Grande Recessão, a pior crise da maior economia do mundo desde a Grande Depressão (1929-39), cerca de 9,3 milhões de trabalhadores procuram emprego e 7,1 milhões trabalham num turno só porque não conseguem empregos de tempo integral.
As atenções se voltam agora para a Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA, que deve começar a aumentar as taxas de juros, hoje em praticamente zero. Na reunião do Comitê do Mercado Aberto do mês passado, uma minoria manifestou preocupação com a formação de uma nova bolha inflacionária se os juros não subirem.
No momento, a expectativa do mercado é de uma alta no primeiro semestre de 2015. A renda do trabalho caiu um pouco em agosto, baixando a taxa anual de 2,1% para 2%. Isso indica que não há pressão por aumento de salários capaz de provocar inflação.
A elevação dos juros deve fortalecer o dólar, com consequências para o mundo inteiro, especialmente para países como o Brasil que apresentam déficits na balança comercial.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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