terça-feira, 19 de junho de 2018

Trump retira EUA do Conselho de Direitos Humanos da ONU

Os Estados Unidos anunciaram hoje em Washington sua saída do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, que acusa de discriminação contra Israel e de ter entre os atuais países-membros violadores contumazes dos direitos humanos. É mais um sinal do crescente isolacionismo americano no governo Donald Trump.

Há duas semanas, a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, deu um ultimato. Ameaçou com a retirada dos EUA se o conselho admitisse regimes autoritários que não respeitam os direitos humanos. Ela citou Arábia Saudita, China, Cuba e Venezuela como países que não merecem um assento no Conselho de Direitos Humanos.

Ao lado do secretário de Estado, Mike Pompeo, Haley acusou o órgão da ONU de haver se tornado "protetor de violadores dos direitos humanos e uma fossa de distorções políticas". A embaixadora citou a admissão da República Democrática do Congo e o erro de não coibir os abusos dos direitos humanos no Irã e na Venezuela.

"Quero deixar claro que este passo não é uma retirada do nosso compromisso com os direitos humanos", afirmou Haley. "Ao contrário, damos este passo porque nosso compromisso nos nos permite fazer parte da uma organização hipócrita e egoísta que despreza os direitos humanos."

Suas tentativas de reformar o conselho foram inúteis: "Quando deixamos claro que iríamos procurar com firmeza fazer uma reforma do conselho, alguns países se opuseram", acrescentou a embaixadora. "A Rússia, a China, Cuba e o Egito tentaram minar nossos esforços nos últimos 12 meses."

É mais uma retirada dos EUA de um acordo ou órgão internacional. Trump retirou os EUA do Acordo do Clima, em 1º de junho de 2017. Em 8 de maio de 2018, abandonou o acordo nuclear com  o Irã. Também ataca a ONU, o sistema multilateral de comércio e a ordem internacional liberal criada pelos EUA no pós-guerra.

Na questão dos direitos humanos, Trump não toca no assunto com seus líderes autoritários favoritos, os ditadores da China, Xi Jinping, da Rússia, Vladimir Putin, e agora da Coreia do Norte, Kim Jong Un. Os EUA sempre defenderam regimes autoritários aliados, como a monarquia absolutista da Arábia Saudita, mas não é um dos temas favoritos do presidente, que no momento separa famílias e tortura crianças na fronteira com o México para pressionar o Congresso e ganhar votos nas eleições de novembro.

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