O secretário da Defesa dos Estados Unidos, general James Mattis, acusou a China de "intimidação", "coerção" e demonstração de força pela crescente militarização do Mar do Sul da China, onde o regime comunista chinês tem disputas territoriais com Brunei, as Filipinas, a Indonésia, a Malásia, Taiwan e o Vietnã, noticiou o jornal The New York Times.
"Apesar das alegações em contrário da China, a instalação desses sistemas de armas está diretamente ligado ao uso militar para intimidação e coerção", declarou Mattis em discurso numa conferência regional sobre segurança em Cingapura.
Mattis desconvidou a China para uma grande manobra naval por causa da instalação de mísseis antiaéreos e antinavio nas Ilhas Spratlys. Essas iniciativas chinesas, acrescentou o secretário da Defesa, "em contraste direto com a abertura que nossa estratégia promove", questionando "as grandes metas da China".
Em 2014 e 2016, a China participou da grande manobra naval Orla do Pacífico. Mattis explicou que a retirada do convite era uma "resposta inicial" à agressividade crescente da China no Mar do Sul da China. Mas afirmou estar pronto para cooperar com a China "sempre que for possível".
No domingo passado, dois navios de guerra dos EUA passaram a menos de 12 milhões das ilhas, ilhotas, recifes e ilhas artificias sobre as quais a China reivindica soberania para reafirmar seu direito de navegação em águas internacionais.
A China reivindica a soberania sobre 90% do Mar do Sul da China com base num mapa antigo que não foi aceito em caso apresentado pelas Filipinas junto ao Tribunal Internacional de Justiça das Nações Unidas.
"Os EUA vão continuar buscando um relacionamento construtivo baseado em resultados com a China, competindo vigorosamente onde for necessário", alertou o general, conhecido como Cachorro Louco.
A dez dias do encontro histórico do presidente Donald Trump com o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un, o secretário tentou tranquilizar os aliados de que os EUA vão tentar conter o expansionismo e a agressividade da China e a ameaça nuclear norte-coreana.
"Nosso foco é modernizar nossa aliança tanto com a República da Coreia quanto com o Japão, transformando essas alianças decisivas para enfrentar os desafios do século 21", disse Mattis. Também prometeu continuar protegendo Taiwan, a ilha que a China considera uma província rebelde.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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