A aliança sunita liderada pela Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos (EAU) atacou hoje os rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã, no porto de Hodeida, uma cidade de 60 mil habitantes por onde entra a maior parte da ajuda humanitária internacional para a população civil atingida pela guerra civil do país.
A coalizão sunita apoia o governo do presidente deposto Abed Rabbo Mansur Hadi, exilado na Arábia Saudita, e acusa os rebeldes de usar o porto para contrabandear armas. Quer tomar a cidade.
Os Estados Unidos tinham bases militares no Iêmen para combater a rede terrorista Al Caeda na Península Arábica. Com o avanço dos hutis, retiraram suas tropas do país. Agora, apoiam a aliança sunita.
A Arábia Saudita entrou na guerra em 25 de março de 2015 com bombardeios aéreos aos rebeldes, com a esperança de obter uma vitória rápida sobre os hutis. Ao atacar Hodeida, o objetivo é isolar os rebeldes, cortando o suprimento de armas, munição, comida e outros utensílios necessários.
Em vez de encorajar a volta ao diálogo e à negociação, a batalha vai "aprofundar ainda mais o que já é a pior tragédia humanitária hoje no mundo", advertiu o International Crisis Group, uma organização não governamental dedicada à paz mundial.
A polarização entre sunitas e xiitas, Arábia Saudita e Irã, sempre cria o risco de uma conflagração maior no Oriente Médio.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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