Depois de quase dois meses de manifestações de protesto em que pelo menos 139 pessoas foram mortas, o presidente Daniel Ortega admitiu diante do enviado especial dos Estados Unidos, Caleb McCarry, antecipar a eleição presidencial da Nicarágua, mas se negou a renunciar, como exige a oposição, noticiou ontem o jornal nicaraguense La Prensa.
Com a decisão do Exército de parar de reprimir os manifestantes, o ex-líder guerrilheiro está sendo obrigado a ceder à pressão das ruas. Se Ortega cair, a revolta contra a corrupção e o autoritarismo tende a se intensificar na Guatemala e em Honduras.
A revolta contra Ortega começou em 18 de abril, em protesto contra o aumento das contribuições previdenciárias e a redução nas pensões e aposentadorias. O governo recuou, mas a repressão violenta inflamou a situação, levando a Igreja Católica a pedir a saída do presidente.
Um dos nove comandantes da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), que tomou o poder em Manágua em 17 de julho de 1979, derrubando a ditadura de Anastasio Somoza, Ortega governou a Nicarágua de até 1990, quando perdeu a eleição presidencial para Violeta Chamorro.
Ortega voltou em 2007, em aliança com a oligarquia somozista, manipulou as instituições, mudou a composição do supremo tribunal, censurou a mídia e é acusado de corrupção e enriquecimento ilícito, ao lado da mulher e vice-presidente Rosario Murillo. Hoje, é comparado a Somoza.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quarta-feira, 13 de junho de 2018
Ortega admite antecipar eleição presidencial na Nicarágua
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