quarta-feira, 13 de junho de 2018

Ortega admite antecipar eleição presidencial na Nicarágua

Depois de quase dois meses de manifestações de protesto em que pelo menos 139 pessoas foram mortas, o presidente Daniel Ortega admitiu diante do enviado especial dos Estados Unidos, Caleb McCarry, antecipar a eleição presidencial da Nicarágua, mas se negou a renunciar, como exige a oposição, noticiou ontem o jornal nicaraguense La Prensa.

Com a decisão do Exército de parar de reprimir os manifestantes, o ex-líder guerrilheiro está sendo obrigado a ceder à pressão das ruas. Se Ortega cair, a revolta contra a corrupção e o autoritarismo tende a se intensificar na Guatemala e em Honduras.

A revolta contra Ortega começou em 18 de abril, em protesto contra o aumento das contribuições previdenciárias e a redução nas pensões e aposentadorias. O governo recuou, mas a repressão violenta inflamou a situação, levando a Igreja Católica a pedir a saída do presidente.

Um dos nove comandantes da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), que tomou o poder em Manágua em 17 de julho de 1979, derrubando a ditadura de Anastasio Somoza, Ortega governou a Nicarágua de até 1990, quando perdeu a eleição presidencial para Violeta Chamorro.

Ortega voltou em 2007, em aliança com a oligarquia somozista, manipulou as instituições, mudou a composição do supremo tribunal, censurou a mídia e é acusado de corrupção e enriquecimento ilícito, ao lado da mulher e vice-presidente Rosario Murillo. Hoje, é comparado a Somoza.

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