terça-feira, 5 de junho de 2018

China propõe comprar mais US$ 70 bilhões em produtos americanos

Para escapar da ameaça das sobretaxas do presidente Donald Trump e evitar uma guerra comercial com os Estados Unidos, a China propôs comprar mais US$ 70 bilhões em energia e produtos agropecuários americanos, noticiou o jornal The Wall Street Journal.

A proposta foi feita diretamente ao secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, durante visita a Beijim. O pacote inclui soja, milho, carvão, gás natural, petróleo bruto e bens manufaturados.

Em sua pressão para reduzir um déficit comercial de US$ 375 bilhões, Trump ameaçou impor tarifas no valor de até US$ 150 bilhões sobre as importações de produtos da China e cobrou do país um aumento de US$ 200 bilhões nas importações de produtos americanos.

O negociador chinês Liu He deixou claro que o acordo estará desfeito se os EUA impuserem tarifas no valor de US$ 50 bilhões, como foi a última ameaça de Trump. As tarifas seriam aplicadas depois de 15 de junho para aumentar a pressão sobre a China. Se isso acontecer, o governo chinês promete devolver na mesma medida.

Os EUA querem impedir a transferência de tecnologia de empresas americanas para companhias chinesas. Exigem que o governo chinês pare de pressionar as empresas americanas a fazer isso e acusam a China de subsidiar ilegalmente as firmas chinesas, especialmente no setor de alta tecnologia.

De acordo com o Journal, os EUA examinam uma nova reclamação de prática comercial desleal porque a China restringe o acesso empresas de serviços de alta tecnologia americanas.

O regime comunista chinês exige que empresas que oferecem nuvens de computação como a Amazon.com e a Microsoft se associem a companhias chinesas e licenciem sua tecnologia para os sócios chineses.

Em comparação, a gigante da Internet chinesa Alibaba opera livremente nos EUA, sem restrições. "Algumas companhias não chinesas relutam em participar do mercado de nuvens na China devido ao número de restrições", declarou o diretor de política global da Associação da Indústria de Telecomunicações dos EUA, K. C. Swanson. "Enquanto isso, nos EUA, não há restrições à participação estrangeira em nosso mercado, é um caso claro de reciprocidade."

Mais de cem associações empresariais americanas enviaram carta à Casa Branca criticando o protecionismo de Trump.

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