Com 180 votos a favor e 169 contra, o Congresso dos Deputados da Espanha aprovou hoje uma moção de censura ao primeiro-ministro conservador Mariano Rajoy, entregando a chefia do futuro governo ao líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Pedro Sánchez.
"Foi uma honra chefiar o governo e deixar a Espanha melhor do que encontrei", declarou Rajoy num breve discurso de despedida, citado pelo jornal espanhol El País. "Oxalá meu substituto possa dizer o mesmo."
Pela primeira vez, a mudança de governo através de moção desconfiança aconteceu na Espanha sob a Constituição de 1978, marco da democratização da Espanha depois da ditadura do generalíssimo Francisco Franco (1936-75).
Sánchez apresentou o moção depois da sentença condenatória contra vários membros do Partido Popular (PP) num escândalo de corrupção. O próprio partido foi multado. Ao contrário de outros regimes parlamentaristas, em que a queda do governo leva à convocação de novas eleições, na Espanha o líder da oposição vitorioso assume o poder.
O líder socialista teve o apoio da esquerda e de partidos nacionalistas de várias regiões da Espanha. Os votos decisivos vieram do Partido Nacionalista Basco (PNV), o último a ser convencido de que a era de Rajoy chegara ao fim.
Neste sábado, Sánchez deve prestar juramento e tomar posse perante o rei Felipe VI. Em seguida, poderá nomear seu ministério.
Seu maior desafio será negociar com o movimento pela independência da Catalunha. O líder do PSOE apoiou a intervenção de Rajoy suspendendo a autonomia regional da Catalunha, mas criticou os métodos truculentos do governo deposto.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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