sexta-feira, 1 de junho de 2018

Extrema direita da França muda de Frente para Reunião Nacional

Com a aprovação de 81% dos partidários, que votaram pelo correio, a Frente Nacional, grande partido de extrema direita da França, mudou hoje de nome para Reunião Nacional, anunciou sua líder, Marine Le Pen, derrotada pelo presidente Emmanuel Macron no segundo turno da eleição presidencial de 2017.

"A obra de refundação que estamos empreendendo se persegue mais do que nunca", afirmou a líder neofascista em discurso em Lyon, a terceira maior cidade francesa, anunciando "uma grande mutação estratégica, técnica e política", noticiou o jornal francês Le Monde.

Esta mudança de nome, acrescentou Marine, "fecha um capítulo da história de nosso movimento nacional iniciada há pouco mais de 45, mas é para abrir outro que, creio, não será menos glorioso". Ela saudou "os povos europeus que se rebelam", numa referência aos partidos populistas que acabam de formar o novo governo da Itália.

"Queremos nos juntar a todos esses movimentos que querem mudar a Europa", declarou Marine Le Pen.

Na realidade, a mudança tenta tirar o estigma da FN, historicamente isolada pelos partidos considerados "republicanos" em todas as alianças de segundo turno. Em março, em Lille, durante o congresso do partido, a líder admitiu que "este nome, Frente Nacional, é portador de uma história épica e gloriosa que ninguém pode negar. Mas, vocês sabem, para muitos franceses é um freio psicológico."

O fundador do partido e pai de Marine, Jean-Marie Le Pen, reagiu furiosamente à mudança de nome: "A vergonhosa remoção de sua identidade é o golpe mais rude que a Frente Nacional já recebeu desde sua fundação. Condeno seus inspiradores e executores. Mais do que uma etiqueta, é também uma longa e corajosa história militante que estão negando."

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