A campanha para a eleição presidencial de 1º de julho no México entra na reta final com o candidato esquerdista Andrés Manuel López Obrador abrindo uma vantagem de 20 pontos percentuais sobre o segundo colocado, Ricardo Anaya. Como não há segundo turno, ele está praticamente eleito, pelos cálculos do jornal espanhol El País.
Líder do Movimento de Regeneração Nacional (Morena), López Obrador ou AMLO, como é mais chamado, tem 48,2% das preferências na média das pesquisas. Anaya, do Partido de Ação Nacional (PAN) tem 27,5%, enquanto José Antonio Meade, do governista Partido Revolucionário Institucional (PRI), é o terceiro, com 19,5%.
Pelo modelo matemático de El País, AMLO tem 92% de ser eleito presidente do México; Anaya, 7%; e Meade, 1%. Desde março, ele subiu sete pontos. Em quatro pesquisas recentes, superou os 50%.
Sua vantagem é tão grande que mesmo o mau desempenho nos dois debates realizados até agora abalou sua liderança. Não há razão para imaginar que o líder nas pesquisas possa desabar nas semanas que restam.
Meade teve seu melhor momento quando foi indicado pelo presidente Enrique Peña Nieto, mas o desgaste do PRI, que governou o México ininterruptamente de 1929 a 2000 e voltou ao poder em 2012, e a impopularidade do atual presidente minaram sua candidatura.
No último debate, realizado há duas semanas em Tijuana, na fronteira com os Estados Unidos, Meade foi superior aos adversários. Isso acabou enfraquecendo Anaya, que começou bem o ano e se tornou o favorito do empresariado que teme o esquerdismo de López Obrador.
Se a eleição fosse apenas entre AMLO e Anaya, o eleitorado de Meade se dividiria em partes iguais, indica uma simulação da empresa de pesquisas Demotecnia. Parte do PRI prefere a vitória de López Obrador ao triunfo do PRI, com que disputa e eleitor de centro-direita.
A agressividade verbal do presidente Donald Trump e a resistência dos EUA na renegociação do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) favorecem o candidato de esquerda,
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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