domingo, 29 de outubro de 2017

Pelo menos 300 mil marcham em Barcelona pela unidade da Espanha

Uma grande manifestação contra a independência da Catalunha reuniu hoje pelo menos 300 mil pessoas em Barcelona, pelos cálculos da Guarda Urbana, um milhão, de acordo com os organizadores da Sociedade Civil Catalã, noticiou o jornal espanhol El País.

"Somos todos catalães!", foi o principal lema da marcha, apoiada pelo conservador Partido Popular (PP), do primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy; o Partido Socialista da Catalunha (PSC), o braço catalão do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), o maior da oposição na Espanha; e o partido de centro-direita Cidadãos, aliado de Rajoy.

Houve gritos de "Espanha, unida, jamais será vencida" e "Puigdemont na prisão". Entre as bandeiras da Espanha e da Catalunha, cartazes diziam "Acabou a festa", "Mais pontes e menos muros" e "Nem anistia nem perdão, golpistas na prisão".

Na frente da marcha, estavam a ministra da Saúde Dolors Montserrat; o líder do Partido Popular da Catalunha (PPC), Xavier García Albiol; o líder nacional do Cidadãos, Albert Rivera; a líder do Cidadãos na região, Inés Arrimadas; e o primeiro-secretário do PSC, Miguel Iceta. No fim, houve um comício com a participação de representantes dos partidos e movimentos sociais a favor da unidade da Espanha.

"Estou aqui porque nossa dignidade é poder votar no queremos, Sr. [vice-governador Oriol] Junqueras. Você é totalitário. Vamos votar, mas não como abutres que comem um cadáver e, sim, como cidadãos que sabem que de seu voto depende o futuro do país", declarou o ex-ministro socialista Josep Borrell.

Em apelo ao voto contra a independência, Rivera pediu à multidão: "Vamos encher não só as ruas, mas as urnas em 21 de dezembro."

As eleições foram convocadas pelo governo central da Espanha como parte da intervenção na Catalunha. O governo regional foi afastado. A vice-primeira-ministra Soraya Sáenz de Santamaría substituiu o governador Carles Puigdemont. Os poderes do Parlament foram limitados.

Agora, a questão é se Puigdemont vai entregar o cargo amanhã ou se vai resistir de alguma forma. O comando da polícia catalã foi entregue ao antigo subchefe, em sinal de respeito de Madri pela hierarquia e a autonomia de uma instituição da Catalunha. Não há clima para a violência, mas tudo depende da reação das ruas, dos movimentos mais radicais pela independência.

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