Num discurso político inédito, o rei Felipe VI acusou o governo autônomo da Catalunha de dividir a região e o país. Ele reafirmou seu compromisso com a "unidade da Espanha, a defesa da Constituição e o respeito à lei" diante do que chamou de ofensiva dos independentistas numa "tentativa indefensável de se apropriar das instituições".
O rei denunciou uma falta de lealdade inadmissível e advertiu que "é responsabilidade dos legítimos poderes do Estado garantir a ordem constitucional", noticiou o jornal madrilenho El País.
Sem citar o governo da Generalitat, da Comunidade Autônoma da Catalunha, liderado por Carles Puigdemont, Felipe VI repudiou a "vulneração sistemática das normas aprovadas legal e legitimamente", informou o jornal La Vanguardia, de Barcelona.
Nas palavras do rei, Puigdemont e o governo regional "poderiam ter colocado em risco a estabilidade econômica e social da Catalunha e da Espanha como um todo" por sua atitude "irresponsável" e "seu menosprezo pelos afetos e sentimentos de solidariedade que unem e unirão o conjunto dos espanhóis, acusando o govern (em catalão) de "se situar totalmente à margem da democracia e do Estado de Direito."
Mais cedo, em dia de greve geral de protesto, cerca de 700 mil pessoas marcharam em Barcelona para denunciar a violência e a brutalidade policial contra o plebiscito pela independência realizado no domingo passado.
Em entrevista à televisão pública britânica BBC na terça-feira à noite, Puigdemont confirmou que deve proclamar a independência da Catalunha nos próximos dias.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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