Diante do início nesta segunda-feira de manobras militares conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, a Coreia do Norte reiterou no fim de semana a ameaça de disparar mísseis contra a ilha de Guam, um território americano no Oceano Pacífico onde há uma base aérea e uma base naval, noticiou o jornal The New York Times.
Durante dez dias, o treinamento militar conjunto vai testar "as comunicações, a interoperacionalidade e a parceria" entre os dois países, declarou em nota a 7ª Frota dos EUA. As forças americanas são lideradas pelo grupo naval do porta-aviões Ronald Reagan. O submarino nuclear Michigan chegou sexta-feira ao porto de Busan para participar do exercício aeronaval.
As manobras começam no momento de maior tensão com a Coreia do Norte, que realizou seis testes nucleares desde 2006 e 16 testes de mísseis balísticos só neste ano, aumentando a ameaça de atacar diretamente o território dos EUA com armas atômicas.
Embora os EUA e a Coreia do Sul afirmem que são manobras meramente defensivas, a Coreia do Norte as encara como um ensaio para a invasão do país, especialmente depois das ameaças do presidente Donald Trump.
Em resposta, o regime norte-coreano estaria preparando um novo teste de mísseis, que pode ser realizado durante as manobras militares.
Para o pesquisador Kim Kwang Hak, do Instituto de Estudos Americanos do Ministério do Exterior da Coreia do Norte, os exercícios militares e os voos de bombardeiros estratégicos B-1 B na Península Coreana são atos de guerra que exigem "contramedidas".
"Já advertimos várias vezes que tomaremos medidas de autodefesa, inclusive um salvo de mísseis nas águas próximas ao território americano de Guam", relembrou o pesquisador, em entrevista à agência oficial de notícias norte-coreana. "As ações militares dos EUA fortalecem nossa determinação de que os EUA devem ser domados com fogo e deixam nossa mão perto do gatilho para disparar a mais dura das contramedidas."
Nos últimos meses, Trump trocou insultos com o ditador norte-coreano, Kim Jong Un, chegando até mesmo a desprezar os esforços diplomáticos do secretário de Estado, Rex Tillerson, que pressiona a China a enquadrar o regime comunista de Pionguiangue.
Se os EUA ou países aliados forem atacados, Trump ameaça reagir com "fogo e fúria" e "destruir totalmente" a Coreia do Norte. Seus assessores militares estimam que uma nova guerra da Coreia mataria pelo menos 1 milhão de pessoas.
Em meio a esse tiroteio verbal, a Coreia do Norte recrutou um exército de 6 mil hackers para a guerra cibernética. Os piratas cibernéticos norte-coreanos já fizeram ataques importantes e estão roubando centenas de milhões de dólares.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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