quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Trump ameaça retirar ajuda federal dos EUA a Porto Rico

Em mais uma de suas tiradas no Twitter, o presidente Donald Trump ameaçou retirar a ajuda federal dos Estados Unidos a Porto Rico, um Estado livre associado e uma ilha arrasada por dois furacões de categoria 5 semanas atrás.

"Não podemos manter a Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA), os militares e a Defesa Civil, que tem feito um trabalho surpreendente (sob as circunstâncias mais difíceis), em Porto Rico para sempre", atacou o presidente, falando também da falência do governo da ilha.

Apesar da ajuda, três semanas depois do furacão Maria, cerca de 80% dos porto-riquenhos continuam sem energia elétrica e telecomunicações. A FEMA está distribuindo 200 mil refeições por dia. Mas, como 2 milhões de pessoas precisam de ajuda alimentar, são necessárias de 2 a 3 milhões de refeições por dia.

A jornalista Rachel Maddow, do canal de notícias a cabo MSNBC, resumiu assim a história: "Há uma semana, o presidente foi a Porto Rico, jogou toalhas de papel para as pessoas e congratulou Porto Rico pelo fato de que o total de mortos era de apenas 16.

"Bem, o total de mortos agora é 48", acrescentou Maddow, "e não por que o furacão tenha continuado a atingir a ilha. É 48 e continua a subir, inclusive com as primeiras mortes causada por doenças tratáveis transmitidas por água contaminada. No momento, sabemos que cidades inteiras estão há semanas subsistindo com água de riachos e fontes.

"Esse foi um grande furacão, causou danos enormes, mas estes são os EUA e as mortes que estão acontecendo agora não são resultado do furacão. As mortes que estão acontecendo agora são resultado da resposta ao furacão, que foi um desastre operacional", concluiu a jornalista.

As recentes declarações de Trump se eximindo de responsabilidade revoltaram mais uma vez a prefeita de São João, a capital de Porto Rico. "É impossível imaginar que o país mais poderoso da Terra não possa levar água a uma ilha pequena como Porto Rico", lamentou a prefeita Carmen Yulín Cruz. Se na discussão anterior, ela dissera não ter tempo para a "pequena política", hoje chamou Trump de "odiador-chefe da República", incapaz de mandar uma mensagem de paz e tranquilidade na hora da tragédia.

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