sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Catalunha aprova independência e Senado da Espanha intervém

Em votação secreta boicotada pela oposição, por 70 a 10, o Parlament da Catalunha declarou hoje a independência da região. O Tribunal Constitucional deixou claro que vai anular a declaração, considerando-a ilegal e inconstitucional. 

Meia hora depois, o Senado da Espanha aprovou a aplicação do artigo 155 da Constituição da Espanha para suspender a autonomia regional, afastar o atual govern e antecipar as eleições na província.

Do lado de fora do Parlament, uma multidão aplaudiu, mas as pesquisas indicam que a maioria dos catalães se opõe à independência. As consequências econômicas negativas são evidentes. Mais de 1,7 mil empresas deixaram a província desde o plebiscito pela independência de 1º de outubro, quando só 38% do total do eleitorado votaram pela separação.

"O que houve no Parlament não só vai contra a lei, é um ato delitivo", declarou em Madri o primeiro-ministro conservador Mariano Rajoy, do Partido Popular (PP). Até agora, Rajoy tem adotado uma posição linha dura. Só aceita negociar com o governador regional catalão, Carles Puigdemont, se a declaração de independência for revogada.

Ao optar pela votação secreta, o parlamento catalão dificulta a possibilidade de abertura de processo contra os deputados por insurreição. Os partidos de oposição, inclusive o PP e o Partido Socialista Catalão (PSC), boicotaram a votação.

Com a intervenção, o governo central espanhol vai afastar o governo regional, limitar os poderes do Parlament, proibindo-o de nomear um novo governo ou declarar a independência, assumir o controle das finanças e da polícia regional, e convocar eleições regionais antecipadas dentro de seis meses.

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