Depois de dizer que as instituições da Espanha estão fechadas ao diálogo e que suas relações com a Catalunha não funcionam mais, o governador regional Carles Puigdemont afirmou há pouco que é preciso respeitar o resultado do plebiscito de 1º de outubro e declarou a independência da região, mas pediu a suspensão temporária de seus efeitos para negociar com o governo espanhol.
"Quero seguir a vontade do povo da Catalunha de se tornar um Estado independente", declarou Puigdemont. "Propomos a suspensão dos feitos da declaração de independência para trabalhar de modo a pôr em prática o resultado do plebiscito. Hoje, estamos fazendo um gesto de responsabilidade em favor do diálogo", acrescentou.
"Apelo à responsabilidade de todos. Ao governo espanhol, peço que aceite a mediação", argumentou Puigdemont, propondo uma suspensão temporária das medidas da independência para permitir uma negociação com o governo central de Madri.
Puigdemont voltou a pedir à União Europeia que seja mediadora das negociações, mas a Europa trata a crise como um problema interno da Espanha e não quer estimular mais movimentos de independência no continente.
Ele trocou o catalão pelo espanhol para alegar que "não somos criminosos, não somos loucos. Nós somos gente normal, só queremos votar. Estamos prontos para conversar e dialogar. Não temos nada contra a Espanha. Queremos um melhor entendimento com a Espanha. A relação não funciona há anos e agora é insustentável."
Pela Constituição de 1978, a Espanha é um Estado unitário com regiões autônomas e plebiscitos sobre independência devem ser votados por todo o país. Por isso, o governo central e o Tribunal Constitucional consideraram inválido o plebiscito de 1º de outubro.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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