Dois caminhões-bomba explodiram ontem perto de um hotel e de ministério no centro de Mogadíscio. Mais de 300 pessoas morreram e outras 300 saíram feridas, noticiou a televisão pública britânica BBC. Foi o pior atentado da história da Somália. O país da região do Chifre da África vive em estado de anarquia desde 1991.
As maiores suspeitas recaem sobre a milícia extremista muçulmana Al Chababe (A Juventude), ligada à rede terrorista Al Caeda. "Eles não se preocupam com as vidas dos somalianos, mães, pais e filhos. Alvejaram a área mais povoada de Mogadíscio e só mataram civis", lamentou o primeiro-ministro Hassan ali Khayre.
O presidente interino Mohamed Abdullahi Mohamed decretou três dias de luto e fez um apelo desesperado por doações de sangue. Ele lidera um governo provisório que não controla nem a capital do país. Sobrevive sob a proteção de uma força de paz de 20 mil soldados da União Africana.
Durante a noite, equipes de resgate procuraram sobreviventes nas ruínas do Hotel Safari, bastante destruído. "É um dia triste. Isto mostra como eles são brutais e impiedosos e por que temos de nos unir contra eles", declarou o ministro da Informação, Abdirahman Omar, em entrevista a uma rádio local.
"Estes ataques covardes revigoram o compromisso dos Estados Unidos com a ajuda a nossos aliados da Somália e da UA no combate ao flagelo do terrorismo", declarou em nota o governo americano, somando-se à condenação ao ato terrorista.
O atentado aconteceu dois dias depois da visita do comandante militar dos EUA na África ao presidente da Somália e da queda do ministro da Defesa e do comandante do Exército por razões não reveladas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
domingo, 15 de outubro de 2017
Pior atentado da história da Somália deixa mais de 300 mortos
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