terça-feira, 3 de outubro de 2017

EUA expulsam 15 diplomatas cubanos

O governo Donald Trump ordenou hoje a expulsão de 15 diplomatas, mais da metade da delegação de Cuba nos Estados Unidos. É uma reação a um suposto ataque sônico que teria atingido mais de 20 diplomatas americanos e seus parentes quando serviam em Havana.

A lista com os 15 diplomatas expulsos foi entregue pelo Departamento de Estado do embaixador cubano em Washington, José Cabañas. Eles têm sete dias para deixar os EUA.

Na semana passada, os EUA retiraram todo o pessoal não essencial da embaixada em Havana. Decidiram expulsar os cubanos por uma questão de reciprocidade. "A decisão sobre as expulsões foi tomada devido à inabilidade de Cuba de proteger nossos diplomatas em Havana", declarou um porta-voz do Departamento de Estado.

"É uma decisão política e uma medida retaliatória", protestou em Havana o ministro do Exterior cubano, Bruno Rodríguez, alegando que não tomada com base em fatos. "Cuba jamais perpetrou ou perpetraria ataques de qualquer tipo contra diplomatas e suas famílias, sem exceção." Também afirmou que não cederia seu território para uma ação desta natureza.

Alguns diplomatas americanos e seus familiares tiveram problemas de saúde como náusea, confusão mental, perda de audição e de memória. O governo Trump atribui isso a supostos ataques mudos e silenciosos com ondas de ultrassom ou infrassom, imperceptíveis pelo ouvido humano.

O senador democrata Patrick Leahy discordou: "Antes de retaliar outros países e expulsar seus diplomatas, deveríamos ter provas de que eles, e não outro país ou terceiros, fizeram mal a nossos cidadãos. Não sabemos quem fez isso e por quê, e estamos punindo os cubanos por não impedi-lo."

Quando anunciaram a decisão de retirar parte de seus diplomatas em Cuba, os EUA também desaconselharam os americanos a viajar à ilha.

As relações diplomáticas entre os EUA e Cuba foram reatadas após um anúncio do presidente Barack Obama e do ditador Raúl Castro em dezembro de 2014. O reatamento foi concretizado pela reabertura das embaixadas dos dois países, anunciada em 1º de julho de 2015.

Obama era a favor do fim do embargo econômico imposto pelos EUA em fevereiro de 1962, em retaliação à revolução comunista liderada por Fidel Castro e à estatização de propriedades de americanos em Cuba. Desde 1992, o embargo é lei aprovada pelo Congresso. Só o Congresso pode acabar com ele. A lei atual exige a realização de eleições livres e democráticas na ilha.

Desde a eleição de Trump, a reaproximação entre os dois países foi esfriada e agora entrou claramente em retrocesso.

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