Depois de mais de 12,6 mil mortes em sua guerra contra o tráfico e o uso de drogas em ano e quatro meses de governo nas Filipinas, a popularidade do presidente populista Rodrigo Duterte caiu pela primeira vez abaixo de 50%. Há uma fadiga com seu estilo arbitrário, autoritário e violento e estagnação da economia.
Em pesquisa do instituto Social Weather Stations realizada em 8 de outubro, só 48% dos filipinos se declararam satisfeitos com o presidente filipino, contra 66% no segundo trimestre do ano. Foi a primeira queda de popularidade significativa desde a posse de Duterte, em junho de 2016.
"O ambiente negativo ao redor da guerra às drogas e a falta de resultados positivos em outras áreas aumentam a frustração popular com o governo", explicou Eufrasia Taylor, analista da empresa de consultoria Varisk Maplecroft. "O que está acontecendo com o emprego, a infraestrutura e a corrupção? Essas coisas estão sendo negligenciadas em meio à guerra às drogas e o custo está chegando."
Uma grande marcha contra a imposição da lei marcial na cidade de Marawi reuniu dezenas de milhares de pessoas em 21 de setembro. Se a popularidade de Duterte continuar em queda, vai afetar outros planos do governo, como a reforma do sistema de impostos.
O investimento externo direto caiu 90,3% no primeiro semestre de 2017. A União Europeia está revisando seus acordos com as Filipinas por causa do desrespeito aos direitos humanos pelo governo Duterte. Se a UE retirar as preferências tarifárias "será um golpe nas Filipinas que vai mostrar as consequências reais da deterioração dos direitos humanos no país", acrescentou Eufrasia Taylor.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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