Com o boicote do líder oposicionista Raila Odinga, o presidente Uhuru Kenyatta foi reeleito para um segundo mandato no Quênia, líder da Comunidade da África Oriental, com 98% dos votos, anunciou ontem a Comissão Nacional Eleitoral, mas sua legitimidade está sob suspeita e há o risco de volta de violência política que causou mais de 1,2 mil mortos depois das eleições de dezembro de 2007.
Depois que o Supremo Tribunal do Quênia anulou a eleição presidencial, houve uma segunda votação em 26 de outubro com os dois candidatos mais votados: Kenyatta e Odinga. Como as autoridades eleitorais responsáveis pela fraude não foram afastadas, Odinga decidiu se retirar da disputa.
Em consequência, só 39% dos eleitores quenianos foram às urnas no dia 26. A participação na eleição anulada, em 8 de agosto, foi de 79%. Kenyatta se reelege sob protestos das ruas, contestações na Justiça e divisões na comissão eleitoral.
A vitória do presidente, filho de Jomo Kenyatta, o herói da independência do Quênia, reforça a dominação da etnia kikuyu sobre os demais povos do país. Odinga é um luo, a etnia do ex-presidente americano Barack Obama, cujo pai era queniano.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário