Pelo menos 350 mil pessoas se manifestaram hoje nas ruas de Barcelona para defender a unidade da Espanha contra a independência da Catalunha, estimou a Guarda Urbana. Pelos cálculos da Sociedade Civil Catalã, entidade que convocou o protesto, foram 950 mil, noticiou o jornal La Vanguardia, de Barcelona.
A marcha começou por volta do meio-dia (7h em Brasília) aos gritos de "Viva Espanha e viva Catalunha!" e "Não somos fachas [fascistas], somos espanhóis!"
No fim do percurso, houve um comício com a participação do escritor Mario Vargas Llosa, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura. Ele foi candidato liberal à Presidência do Peru, derrotado por Alberto Fujimori no segundo turno, em 1990. Hoje, Fujimori está preso e condenado por corrupção e violação dos direitos humanos. Vargas Llosa virou um paladino em defesa da democracia liberal.
"Nenhuma conspiração independentista destruirá a democracia", bradou Vargas Llosa do alto do palanque, num discurso publicado na íntegra pelo jornal espanhol El País. O ex-presidente do Parlamento Europeu Josep Borrell, do Partido Socialista da Catalunha (PSC), defendeu a unidade da Espanha e os ideais da integração da Europa.
Borrell foi a exceção entre os socialistas. Nem o Podemos nem o PS participaram da marcha, que teve o apoio explícito do Partido Popular, do primeiro-ministro conservador Mariano Rajoy, e do Cidadãos, liberal de centro-direita.
Depois do plebiscito do domingo passado, duramente reprimido pelo governo central espanhol, o governador regional da Catalunha, Carles Puigdemont, prometeu apresentar nesta terça-feira os resultados oficiais ao Parlamento, que então proclamaria a independência.
Em resposta, o governo central de Madri pode revogar a autonomia da Catalunha, aplicando o artigo 155 da Constituição da Espanha.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário