Depois de quatro meses de batalha, as Forças Democráticas Sírias (FDS), uma milícia árabe-curda armada, financiada e treinada pelos Estados Unidos, anunciaram hoje a retomada de Rakka, na Síria, que nos últimos três anos foi a capital do califado proclamado pela organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante em junho de 2014.
Diante da ofensiva final da aliança liderada pelos EUA, os terroristas se concentraram no estádio de Rakka, seu último reduto. Nesta terça-feira, as FDS tomaram o estádio e anunciaram a vitória final.
"As operações militares dentro da cidade estão completamente encerradas", declarou Talal Silo, porta-voz das FDS. Cerca de 85% de Rakka estão liberados, afirmou o coronel Rob Manning, porta-voz do Departamento da Defesa dos EUA.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental de oposição com sede em Londres que monitora a guerra civil na Síria, confirmou que os milicianos do Estado Islâmico deixaram Rakka.
Primeira grande cidade a cair em poder do Estado Islâmico, Rakka virou um símbolo do império do terror que o grupo tentou instalar no coração do Oriente Médio. Foi palco de degolas e crucificações públicas e centro de planejamento de atentados terroristas pelo mundo afora.
Sob o impacto dos bombardeios aéreos dos EUA, Rakka é hoje uma cidade em ruínas. O Estado Islâmico volta a ser apenas um grupo terrorista clandestino, mas deixa uma geração de jovens radicalizados por sua ideologia assassina.
Com seu desaparecimento, em breve as forças aliadas aos EUA vão se encontrar com o Exército da Síria e as milícias aliadas ao regime de Bachar Assad, apoiadas pela Rússia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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