Um homem armado com 23 armas, sendo pelo menos 12 automáticas, abriu fogo às 22h05 da noite de ontem (2h05 de hoje em Brasília) durante um concerto de música sertaneja em Las Vegas. Pelo menos 58 pessoas foram mortas e outras 527 saíram feridas.
O atirador, identificado como Stephen Paddock, de 64 anos, morador de uma cidade próxima, foi encontrado morto no 32º andar do Hotel e Cassino Baía de Mandalay, de onde disparou contra uma multidão de 22 mil pessoas.
Foi o fuzilamento mais mortífero da história moderna dos Estados Unidos. Até agora, o pior era o massacre de 49 pessoas na casa noturna Pulse, frequentada por gays, em Orlando, na Flórida, em 12 de junho de 2016. O responsável foi Omar Mir Seddique Mateen, um americano de origem afegã. O caso foi tratado como terrorismo inspirado pelo extremismo muçulmano.
A organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a responsabilidade pelo atentado de hoje, mas até agora o FBI, a polícia federal americana, não vê qualquer indício de ligação entre o assassino e o grupo terrorista. Seria apenas uma jogada oportunista dos jihadistas.
O xerife Joseph Lombardo está convencido de que Paddock agiu sozinho. Em entrevista, Eric Paddock, irmão do atirador, negou ter conhecimento de qualquer ligação de Stephen com organizações políticas ou religiosas, de extremistas muçulmanos a supremacistas brancos, nem qualquer histórico de doenças mentais.
Na casa de Stephen, foram encontradas mais 19 armas de fogo.
A Emenda nº 2 à Constituição dos EUA garante o direito de portar armas e organizar milícias para defesa própria. É de 1791, quando não havia armas de guerra como metralhadoras e fuzis automáticos a venda.
Depois de outros massacres, no governo anterior, o então presidente Barack Obama tentou restringir a venda e o porte de armas automáticas, mas esbarrou no poderoso lobby dos fabricantes de armas, a Associação Nacional do Rifle (NRA), que financia campanhas de vários deputados e senadores. Nem mesmo a exigência de verificação dos antecedentes criminais dos compradores de armas foi aprovada.
Durante a campanha eleitoral, o atual presidente Donald Trump recebeu o apoio da NRA e acusou sua adversária, a candidata democrata Hillary Clinton, de querer revogar a Emenda nº 2. Ela não teria poder para fazer isso, mas Trump não tem qualquer compromisso com a verdade.
Sem entrar na questão do controle de armas, o presidente descreveu o ataque como "pura maldade". Trump prometeu visitar as vítimas em Las Vegas. Antes, vai a Porto Rico, onde está sendo acusado de negligência no socorro às vítimas do furacão Maria.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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