São mais de 50 mil mortes causadas por drogas a cada ano, quase o total de americanos mortos na Guerra do Vietnã (1964-75). É mais do que o total de óbitos por armas de fogo e acidentes de trânsito. Hoje o presidente Donald Trump declarou que o vício em derivados do ópio virou uma "emergência de saúde pública" nos Estados Unidos.
Ao lado da mulher, Melania Trump, que falou inicialmente, e rodeado de ex-viciados e suas famílias, o presidente afirmou: "Podemos ser a geração que acabou com a epidemia de opiáceos", que descreveu como uma praga em discurso de 25 minutos.
O número de mortes por dose excessiva de drogas quadruplicou de 1999 a 2008 e continua aumentando. Em 2012, os médicos deram 259 milhões de receitas de uso de opiáceos.
Trump prometeu levantar a questão da fabricação clandestina de fentanyl na China quando visitar o presidente Xi Jinping, em novembro. Ele ameaçou processar companhias que estariam "agindo mal", mas foi criticado por não destinar mais dinheiro para combater a epidemia.
Pelo menos dez estados estão processando o laboratório Purdue Pharma, que produz o analgésico OxyContin, sob a acusação de enganar a população sobre os riscos de se viciar.
A declaração de emergência permite realocar de dinheiro de fundos para combater o HIV e a aids, hoje mais controlados, para o novo programa. Terá de ser renovada a cada 90 dias. Em agosto, Trump havia prometido declarar "emergência nacional". Isso o obrigaria a destinar dinheiro novo ao combate da epidemia.
Historicamente, a heroína consumida clandestinamente era o opiáceo mais perigoso. Hoje, o maior problema está em opiáceos vendidos em farmácias como medicamentos. Os opiáceos fentanyl, heroína, hidrocodona e oxicodona foram responsáveis por mais de 34,5 mil mortes no passado, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, com sede em Atlanta, na Geórgia.
O fentanyl é 50 vezes mais forte do que a heroína. Mesmo em pequenas quantidades, mesmo se um envelope no bolso molhar com o suor e for absorvido pela pele, pode ser fatal.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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