Sem concorrer, o presidente Mauricio Macri foi o grande vencedor das eleições legislativas de hoje na Argentina para renovar um terço do Senado e a metade da Câmara de Deputados. Ao vencer em 13 das 23 províncias argentinas e nos cinco maiores centros urbanos, o macrismo não terá maioria absoluta, mas terá a maior bancada no Congresso.
Os primeiros números divulgados já apontavam a derrota da presidente Cristina Kirchner na província de Buenos Aires para Esteban Bullrich, da aliança Cambiemos (Mudemos), liderada por Macri. Ela foi eleita para o Senado.
Com 99% das urnas apuradas, Bullrich (41,39%) leva uma vantagem de 388 mil votos sobre a ex-presidente Cristina Kirchner (37,24%), que fica com a segunda das três vagas em jogo. Sem admitir a derrota, Cristina afirmou que sua Unidade Cidadã é a maior força de oposição hoje na Argentina.
Na cidade de Buenos Aires, a deputada Elisa Carrió, do Cambiemos, lidera com 50,93% dos votos, muito à frente do candidato kirchnerista, Daniel Filmus (21,74%), e do ex-ministro da Economia Martín Lousteau (12,33%).
Na província de Santa Fé, Cambiemos tinha 38% contra 25% do kirchnerista Agustín Rossi, da Frente Justicialista. Em Córdoba, Cambiemos ganhava com 48% contra 30% para a União por Córdoba, do governador Juan Schiaretti, peronista que se refugiou no Brasil durante a última ditadura militar argentina (1976-83) e chegou a ser subdiretor da Fiat.
Em Mendoza, a província dos vinhos finos argentinos, junto à Cordilheira dos Andres, o oficialismo batia o peronismo por 45% a 25%. Na província de Entre Ríos, na chamada Mesopotâmia argentina, Cambiemos liderava com 53%. Na vizinha Corrientes, o macrismo tinha 55%.
Até mesmo na província de Santa Cruz, principal reduto do kirchnerismo, com 43% dos votos, Cambiemos superava por mais de dez pontos percentuais a Frente para a Vitória, da governadora Alicia Kirchner, irmã mais velha do falecido presidente Néstor Kirchner, marido de Cristina. Os candidatos de Macri também ganharam no Chaco.
Em San Luis, o peronismo venceu com os irmãos Alberto e Adolfo Rodríguez Saá, que dominam a política da província desde a redemocratização, em 1983. Os peronistas também ganharam em Tucumán, Catamarca, Río Negro e San Juan. Em La Rioja, o ex-presidente Carlos Menem estava em segundo lugar.
Quando assumiu o poder, há pouco menos de dois meses, Macri encontrou uma economia arrasada pelo populismo econômico de Cristina Kirchner, com recessão, inflação e déficit público elevados. Ele liberou o câmbio e reduziu os subsídios a serviços públicos.
No primeiro momento, esse ajuste fiscal gerou uma inflação de 40% ao ano e uma recessão de 2,3% em 2016. Mas a economia cresce desde o terceiro trimestre ao ano passado e isso se refletiu nas urnas. A expectativa para 2017 é de um avanço de 2,45% no produto interno bruto.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
domingo, 22 de outubro de 2017
Aliados do presidente Macri vencem eleições na Argentina
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