terça-feira, 3 de outubro de 2017

Ondas gravitacionais dão o Prêmio Nobel de Física a americanos

Os pesquisadores Rainer Weiss, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), um alemão naturalizado americano, e os americanos Kip Thorne e Barry Barish, do Instituto de Tecnologia da California (Caltech), ganharam hoje o Prêmio Nobel da Física de 2017 por criarem um instrumento capaz de detectar as ondas gravitacionais, "uma descoberta que abalou no mundo", nas palavras da Academia de Ciências da Suécia.

Com seu trabalho, eles comprovaram uma conclusão da Teoria Geral da Relatividade de Albert Einstein, em 1916, de que toda massa em aceleração no espaço produz ondulações que se irradiam na velocidade da luz. Como ninguém conseguia detectar essas ondas gravitacionais, o próprio Einstein chegou a duvidar de sua existência.

Para comprovar a existência das ondas gravitacionais, os três físicos fizeram um projeto de 40 anos financiado pela Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos, com a participação de cientistas de 15 países, inclusive do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da Universidade Estadual Paulista (Unep), do Brasil.

Esse trabalho levou à construção de dois detectores idênticos instalados a uma distância de 2.880 quilômetros. Um fica em Hanford, no estado de Washington, no Noroeste dos EUA, e o outro em Livingston, na Lousiana, no Sudeste do país.

Em 14 de setembro de 2015, o Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferometria a Laser (LIGO), de US$ 1,1 bilhão, captou uma distorção causada por ondas gravitacionais geradas pelo choque de dois buracos negros num lugar distante do Universo situado a um bilhão de anos-luz da Terra. O anúncio oficial foi feito em 11 de fevereiro de 2016.

A colisão de dois buracos negros liberou mais energia do que todas as estrelas do universo juntas. Quando a onda gravitacional chegou à Terra um bilhão de anos depois era milhares de vezes menor do que o núcleo de um átomo. Mesmo assim, foi percebido pelo observatório.

"O sinal era extremamente fraco quando chegou à Terra, mas foi uma revolução promissora na astrofísica", declarou o Comitê do Nobel. "As ondas gravitacionais são uma maneira inteiramente nova de observar os acontecimentos mais violentos do espaço sideral e testar os limites do nosso conhecimento."

Weiss ficará com a metade do prêmio, de US$ 1,1 milhão (R$ 3,478 milhões). Seus dois colegas dividirão o resto.

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