Depois de dias de combates ferozes, com o apoio da Força Aérea da Rússia, o Exército da Síria e milícias aliadas entraram ontem na cidade de Mayadin, um dos últimos redutos urbanos da organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante no Leste do país.
A queda de Mayadin será mais um duro golpe no Estado Islâmico, que desde o ano passado sofre uma derrota atrás da outra e vê o colapso do califado proclamado pelo líder Abu Baker al-Baghdadi. Os jihadistas resistem furiosamente. Pelo menos 15 civis morreram nos bombardeios aéreos russos.
De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não governamental de oposição com sede em Londres que monitora a guerra civil síria, os soldados e milicianos aliados entraram nos bairros do Oeste de Mayadin, onde tomaram um complexo de silos de armazenamento de trigo e o mercado da ovelhas.
Enquanto o Estado Islâmico perde territórios no Leste da Síria, no Centro do país, a vila de Abu Dali, na província de Hama, controlada pela ditadura de Bachar Assad, está sob ataque da milícia Tahrir al-Sham (Organização ou Comitê pela Liberdade do Levante), um grupo salafista jihadista ligado à rede terrorista Al Caeda.
Na sexta-feira, o Ministério da Defesa da Rússia acusou os Estados Unidos de ignorar a ação do Estado Islâmico na cidade de Tanfe, perto da fronteira com a Jordânia, acobertando na prática as atividades. A região teria se tornado um "buraco negro" de onde os jihadistas bombardearam a ofensiva síria na província de Deir el-Zur.
A tensão entre Rússia e EUA aumenta à medida que o Estado Islâmico vai sendo derrotado. O regime sírio, apoiado por Moscou, está de olho nas reservas de gás e petróleo da região, as maiores do país, enquanto Washington financia, treina e arma uma milícia árabe-curda, as Forças Democráticas Sírias.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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