segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Ex-governador da Catalunha é denunciado e foge para a Bélgica

Sob ameaça de ser preso depois de ser denunciado por "rebelião, sedição e malversação de fundos", o governador deposto da Catalunha, Carles Puigdemont, e cinco secretários foram para a Bélgica, onde podem receber asilo político. Não se sabe se Puigdemont pretende formar um governo no exílio ou apenas preparar sua defesa.

Todo o governo deposto e a mesa diretora do Parlament foram acusados pelo procurador-geral José Manuel Maza, de rebelião, sedição, malversação e outros delitos com penas que somam mais de 30 anos de prisão

Um pedido formal de asilo pode gerar uma crise diplomática entre a Espanha e a Bélgica, admite o jornal espanhol El País. No domingo, o ministro de Migração e Asilo belga, o flamengo Theo Trancken, ofereceu asilo a Puigdemont, obrigando o primeiro-ministro francófono Charles Michel a retirar a oferta. Na Bélgica, os flamengos lutam pela independência da região de Flandres.

Bruxelas é a sede da União Europeia, mas, se o movimento pela independência esperava alguma solidariedade internacional, ela só veio de grupos separatistas.

Nenhum país europeu e muito menos a União Europeia vai apoiar qualquer movimento pela independência para não deflagrar um efeito dominó, reforçando o separatismo da Escócia, no Reino Unido; de Flandres, na Bélgica; da Córsega, na França; da Transilvânia, na Romênia; da Padânia, no Norte da Itália; e dos bascos, na própria Espanha.

O deputado Lluís Llach considera Puigdemont um "exilado", o que na sua opinião "é uma denúncia contra a Espanha ante as instituições europeias e internacionais, e nos conserva a dignidade do 1º de outubro", dia do referendo ilegal e ilegítimo sobre a independência da Catalunha.

"Puigdemont não é bem recebido pelas instituições", comentou um alto funcionário da burocracia da UE citado em El País.

A aventura da independência da Catalunha caiu no vazio. Os partidos já se mobilizam para as eleições de 21 de dezembro. Depois da grande manifestação de 300 mil pessoas ontem em Barcelona pela unidade da Espanha, hoje não houve a resistência civil à intervenção decretada pelo primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, com a aprovação do Senado, nos termos do art. 155 da Constituição do país.

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