Depois de assumir o controle da província de Idlibe, os grupos rebeldes extremistas muçulmanos reunidos no Exército da Conquista avançam na província de Lataquia sobre redutos da minoria alauíta, que forma o núcleo central de poder da ditadura de Bachar Assad, informou no fim de semana a agência de notícias Reuters.
Até agora, os combates se concentram nas montanhas de Jabal al-Akrade. Se forem capturadas, os rebeldes poderão usá-las para bombardear vilas e aldeias alauítas.
A província de Lataquia é o coração da minoria étnico-religiosa alauíta, que representa apenas 15% da população síria, mas está no poder desde a ascensão, em 1970, do ditador Hafez Assad, pai do atual ditador. Lá, fica a cidade de Kardaha, terra natal dos Assad.
Dos 3 milhões de alauítas do mundo inteiro, 2,6 milhões vivem na Síria. Alauíta significa "seguidores do imã Ali", primo e genro do profeta Maomé. Isso significa que são um ramo do xiismo, a corrente de 16% dos muçulmanos. Os xiitas consideram Ali o legítimo herdeiro de Maomé e acusam os três califas que o sucederam de usurpar o poder, origem do cisma com os sunitas, que são 84% dos muçulmanos.
Em Genebra, na Suíça, o enviado especial das Nações Unidas para negociar a paz na Síria, lançou hoje conversas exploratórias com representantes de algumas facções em luta no país, o governo sírio e potências regionais como o Irã e a Turquia tendo em vista o início de um processo de paz.
As milícias Estado Islâmico do Iraque e do Levante e Frente al-Nusra, ligada à rede terrorista Al Caeda, não foram convidadas. Em quatro anos e dois meses, a guerra civil síria já matou mais de 220 mil pessoas. Mais de 4 milhões fugiram do país.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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