Para tentar acalmar os aliados árabes e Israel, que suspeitam do acordo nuclear das cinco grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas e da Alemanha com o Irã, o secretário de Estado americano, John Kerry, anunciou em Lausanne, na Suíça, que a implementação será gradual. A cada etapa, o cumprimento do acordo pelo Irã será avaliado, acrescentou o chefe da diplomacia dos Estados Unidos.
A intenção é reduzir e limitar o programa nuclear iraniano para impedir o país de fazer a bomba atômica, dando amplos poderes para a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão das Nações Unidas, para inspecionar suas instalações. Em troca, a república islâmica exige o fim das sanções internacionais.
Os principais pontos do acordo são:
• A central nuclear iraniana de Natanz será a única autorizada a continuar enriquecendo urânio, mas a teores usados em usinas de produção de energia atômica, de no máximo 3,67%.
• Os estoques de urânio enriquecidos acima disso serão diluídos e o combustível nuclear usado será enviado ao exterior.
• O estoque de urânio que ficará no Iraque será reduzido de 10 mil para 300 quilos.
• O número total de centrífugas será reduzido de 19 mil para 6 mil.
• A usina nuclear subterrânea de Fordo será convertida numa instalação de pesquisas. Ela foi escondida pelo regime fundamentalista iraniano. Só foi descoberta pela espionagem dos EUA.
• O reator de água pesada de Arak, uma das grandes preocupações da França, será redesenhado para que não possa produzir plutônio, outra carga usada em armas atômicas, além do urânio enriquecido.
• Estas três centrais nucleares estarão sujeitas a inspeções rigorosas sem aviso prévio da AIEA.
• Quando o Conselho de Segurança da ONU, os EUA e a União Europeia se certificarem de que o acordo está sendo cumprido, as sanções internacionais serão suspensas
As negociações foram prorrogadas por dois dias porque os EUA exigem que os detalhes estivessem neste acordo preliminar. Até 30 de junho de 2015, precisa haver um acordo definitivo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quinta-feira, 2 de abril de 2015
Secretário de Estado dos EUA promete implementar acordo por fases
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