Qualquer operação militar da Turquia em território sírio será considerada um ato de agressão pela ditadura de Bachar Assad, advertiu hoje em nota o Ministério do Exterior da Síria, citado pelo jornal libanês The Daily Star.
Em outra declaração, divulgada pela agência de notíciais oficial, o governo sírio pede ajuda à sociedade internacional para impedir a Turquia tanto de intervir quanto de financiar grupos armados rebeldes.
Ao pedir autorização ao Parlamento para operações militares no Iraque e na Síria, o presidente Recep Tayyip Ergodan disse que o objetivo final é derrubar Assad. Erdogan responsabiliza Assad pela guerra civil que matou cerca de 200 mil pessoas na Síria nos últimos três anos e meio.
Até agora, a Turquia não coordenou suas ações, por enquanto limitadas a proteger a fronteira com a Síria, com a aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Como aparentemente os bombardeios não foram capazes de impedir a queda da cidade curda de Kobane diante da ofensiva do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, alguma força terrestre mais poderosa terá de enfrentar a milícia terrorista.
Diante do cerco, os curdos pediram ajuda à Turquia, que reluta em intervir, entre outras razões, porque os guerrilheiros são ligados ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), com que trava uma guerra há décadas. Erdogan reconheceu que será necessária uma operação terrestre e admitiu que o Exército da Turquia pode se encarregar da tarefa. Prometeu impedir a queda de Kobane.
Poucos meses atrás, o governo sírio parecia prestes a ganhar a guerra civil. Agora, está bastante enfraquecido. Sustenta-se com o apoio do e da Rússia. Para seu público interno, afirma nos meios de comunicação oficiais que está coordenando suas ações com os bombardeios americanos, declarando que os EUA se associaram à Síria na "guerra contra o terrorismo", termo usado pela ditadura de Assad para se referir a todos os inimigos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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