Na quinta jornada de manifestações contra a lei do primeiro emprego, pelo menos 1 milhão de franceses participaram de 200 protestos convocados por estudantes e sindicalistas para impedir a demissão sem indenização de jovens de até 26 anos no primeiro ano de seu primeiro contrato de trabalho. Os manifestantes, que segundo os organizadores foram 3 milhões, exigem a revogação da lei e a queda do primeiro-ministro Dominique de Villepin.
Em Paris, Rennes e Lille, o protesto degenerou em violência. Na capital francesa, a violência explodiu no final da passeata, quando os manifestantes se dispervam na Praça da Itália. Pelo menos 206 pessoas foram presas.
Nesta quarta-feira, representantes das cinco principais centrais sindicais francesas serão recebidos no Senado, onde negociarão com a União por um Movimento Popular, partido de Villepin e do presidente Jacques Chirac.
Ao sancionar a lei na semana passada, o presidente tentou acomodar a situação, prometendo reduzir de dois para um ano o prazo em que os jovens estariam sujeitos a demissão e exigindo que os empregadores justifiquem as dispensas. Mas estudantes e sindicalistas mantiveram o movimento e não estão dispostos a aceitar nada menos do que a revogação da lei. Como ela já foi aprovada pelo parlamento, um recuo seria humilhante para o governo.
O projeto foi apresentado para reduzir o desemprego, que é de 23% entre os jovens, bem acima da média nacional de 9,6%, chegando a 40% entre os jovens de origem estrangeira. Mas estudantes e sindicalistas vêem na proposta um primeiro passo para acabar com as garantias e direitos trabalhistas.
Em discurso nesta terça-feira na Assembléia Nacional, o primeiro-ministro Villepin insistiu em que a lei do primeiro emprego será aplicada. Mas sua queda mais provável. Para 45% dos franceses, ele deve deixar a chefia do governo. E seu próprio partido encarregou o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, presidente da UMP e arquirrival de Villepin na briga pela candidatura à presidência em 2007, de liderar as negociações com sindicalistas e estudantes.
O problema é que os manifestantes vêem Sarkozy como o homem que quer introduzir o liberalismo econômico na França. Ele seria, portanto mais perigoso do que Villepin.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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Um comentário:
parabéns por sua participação hoje no Opinião Popular da TVE. Pena que o Milton Temer, com seu fanatismo, não o tenha deixado falar mais.
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