A popularidade do partido do primeiro-ministro Tony Blair está no nível mais baixo desde as eleições de 1987 na Grã-Bretanha, quando os trabalhistas sofreram sua terceira derrota para a então líder conservadora Margaret Thatcher, indica uma pesquisa divulgada hoje. O Partido Trabalhista deve sofrer severes perdas nas eleições municipais de 4 de maio, vistas como um julgamento da liderança de Blair.
Na sondagem do instituto ICM e do jornal esquerdista The Guardian sobre as eleições municipais, os trabalhistas têm 32% das preferências, dois abaixo da oposição conservadora e cinco pontos abaixo da pesquisa anterior, realizada em março. O Partido Liberal-Democrata tem 24% das intenções de voto. Estarão em jogo 4 mil cadeiras de vereador.
Além da rejeição da maioria do eleitorado à participação britânica na guerra do Iraque, Blair ainda sofre com os problemas do Sistema Nacional de Saúde e o escândalo provocado pela notícia de que o Partido Trabalhista pediu doações para ricos em troca de nomeações para a Câmara dos Lordes do Parlamento Britânico.
No mês passado, os trabalhistas admitiram ter arrecadado 14 milhões de libras, equivalentes a mais de R$ 50 milhões, de 12 ricos empresários, mas negou ter vendido títulos de lorde.
Antes das eleições do ano passado, quando os trabalhistas perderam mais de 100 deputados na Câmara dos Comuns, Blair anunciou que não tentaria um quarto mandato. Isto enfraqueceu sua liderança e deflagrou a luta pela sua sucessão. A esquerda do partido trabalha intensamente para que o ministro das Finanças, Gordon Brown, assuma a liderança mas Blair nega-se a marcar uma data para renunciar ao cargo.
Pelo sistema político britânico, o novo líder trabalhista assumiria automaticamente o cargo de primeiro-ministro, sem necessidade de novas eleições.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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