O governo fundamentalista do Irã está disposto a aceitar inspeções de surpresa em suas instalações nucleares se seu caso for retirado do Conselho de Segurança das Nações Unidas e tratado somente pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Na sexta-feira, a AIEA declarou ao Conselho de Segurança que o Irã não está cooperando com as inspeções e que acelerou seu programa de enriquecimento de urânio.
A república islâmica insiste em que está realizando pesquisas nucleares exclusivamente para fins pacíficos mas os Estados Unidos e a Europa estão convencidos de que pretende fabricar armas atômicas. Ontem o presidente Mahmoud Ahmadinejad declarou que o programa nuclear pode transformar o Irã numa superpotência. Não há superpotência sem bom atômica.
Mesmo que permita o reinício da fiscalização da AIEA, o Irã pretende continuar enriquecendo urânio. Vai instalar duas novas centrífugas na central nuclear de Natanz, apontada como possível alvo de um bombardeio dos EUA ou de Israel, se um destes países decidir usar a força na tentativa de neutralizar o programa nuclear iraniano.
O Irã impede inspeções desde fevereiro, quando a AIEA, órgão da ONU, remeteu o caso ao Conselho de Segurança, que pode impor sanções e até autorizar o uso da força contra a república dos aiatolás. Mas a China e a Rússia, duas potências com poder de veto no Conselho de Segurança se opõem às sanções, pedindo mais tempo para a diplomacia.
Na próxima terça-feira, 2 de maio, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (EUA, França, Grã-Bretanha, Rússia e China) se reúnem em Paris para decidir qual será o próximo passo. A Alemanha também participa porque faz parte do grupo que negocia a questão nuclear iraniana em nome da União Européia. Os EUA e seus aliados europeus defendem a aplicação sanções.
O presidente George W. Bush afirma estar dando uma chance para a diplomacia. Mas não descarta a possibilidade de usar a força. Os EUA já estariam escolhendo alvos para um bombardeio limitado contra as instalações nucleares do Irã.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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