terça-feira, 25 de abril de 2006

Líder da Al Caeda no Iraque mostra sua cara

Num desafio aos Estados Unidos, o líder terrorista jordaniano Abu Musab al Zarkawi mostrou sua cara no vídeo pela primeira vez, defendeu a luta armada contra a invasão americana e convocou os muçulmanos para a guerra.

O vídeo foi divulgado hoje num site de Internet, dois dias depois da TV árabe Al Jazira ter apresentado mais uma fita com mensagem do líder máximo d'al Caeda, o terrorista saudita Ossama ben Laden.

Zarkawi já havia aparecido em fotos e suspeita-se que até mesmo em vídeo degolando um refém ocidental, mas com o rosto coberto. Gravou sua mensagem com um gorro preto na cabeça e um cinturão de terrorista suicida.

"Estamos aqui para defender sua honra", disse Zarkawi dirigindo-se aos iraquianos e aos muçulmanos de modo geral. Mas ele é contra as comunidades curda e xiita. Quer se mostrar como um líder mais aceitável pelos árabes sunitas que perderam o poder com a queda de Saddam Hussein em abril de 2003.

A Agência Central de Inteligência (CIA), o serviço de contra-espionagem dos Estados Unidos, considerou o vídeo autêntico.

"O inimigo está fracassando e está tentando atrair dois tipos de pessoas para este jogo do Parlamento", declarou o terrorista, "aqueles que pretendem ser parte dos mujahedins sem nunca ter sofrido com a vida dura dos mujahedins e os que nunca defenderam suas terras contra os cruzados", usando a mesma palavra empregada por Ben Laden para falar dos ocidentais, numa referência às Cruzadas, as guerras entre cristãos e muçulmanos durante a Idade Média. "A maioria das cadeiras ficou com os xiitas, os curdos e os sunitas liberais, então sabemos que o governo será sempre de tiranos e apóstatas".

Estava reagindo contra a nomeação, em 21 de abril, do xiita Jawad al-Maliki para novo primeiro-ministro do Iraque.

Zarkawi é hoje o homem mais procurado do país. Foi condenado à revelia na Jordânia por um atentado que matou 60 pessoas num hotel de Amã. Os EUA oferecem US$ 25 mlihões por sua captura. Sua mensagem está sendo considerada uma tentativa de unificar os grupos insurgentes que lutam contra a ocupação do Iraque. De qualquer maneira, serve para mobilizar voluntários para a guerra.

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