A Noruega recebeu ontem representantes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que controla o atual governo semi-autônomo palestino, tentando romper o isolamento do grupo. O governo norueguês promoveu as negociações secretas entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina, no início da década de 90, e agora quer salvar o que resta do processo de paz no Oriente Médio.
O Hamas é boicotado por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Européia por se negar a abandonar a luta armada e não reconhecer Israel. O movimento fundamentalista alega que é um direito natural na luta contra a ocupação israelense.
Depois do último atentado terrorista palestino, o primeiro em Israel desde que o Hamas assumiu o governo, o governo israelense acusa o Hamas, que fez uma trégua de um ano com os israelenses, de incentivar o terrorismo ao declarar que é um instrumento válido de luta. Em retaliação, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, mandou cancelar os vistos de residência em Jerusalém de líderes do Hamas.
Um dirigente do Hamas já admitiu a inevitabilidade da solução de dois países, Israel e a Palestina, dividindo o território histórico da Palestina entregue ao Império Britânico por mandato da Liga das Nações, depois da Primeira Guerra Mundial. Mas esta negociação de fundo com Israel ainda está distante.
Israel não repassa mais os tributos arrecadados nos territórios palestinos. Os EUA e a UE cortaram a ajuda. Só ficou a ajuda humanitária da ONU. Isto deixou o governo palestino falido, sem dinheiro para pagar seus funcionários, o que provocou manifestações de protesto nesta semana.
O Irã prometeu US$ 50 milhões, a quantia que a Autoridade Nacional Palestina perde por mês sem o repasse de Israel, e um emirado árabe ficou de dar a mesma quantia. O Hamas conta com estas fontes alternativas à ajuda negada pelo Ocidente, que o considera um grupo terrorista.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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