Dezenas de milhares de mainfestantes voltaram hoje a sair às ruas de Katmandu, a capital do Nepal. Mas desta vez para festejar. Depois de três semanas de protestos, o rei Gianendra, do Nepal, cedeu ontem e mandou reempossar o Parlamento dissolvido em 2002. Desde fevereiro de 2005, o monarca assumiu poderes absolutos. A oposição quer que o ex-primeiro-ministro Girija Prasad Koirala forme o novo governo.
Com a volta da democracia, será possível negociar politicamente uma saída para a guerra civil nepalesa, que já matou mais de 13 mil pessoas desde 1996. Um grupo guerrilheiro de esquerda de inspiração maoísta luta para derrubar a monarquia. Esta vive uma crise sem precedentes desde desde junho de 2001, quando o príncipe herdeiro Dipendra, sob efeito de álcool e cocaína, matou o rei, a rainha e mais oito membros da família real porque seus pais não concordavam com a noiva que ele escolhera para se casar.
Com a crise da monarquia, a guerrilha maoísta intensificou os ataques, agravando ainda mais a situação política. De agosto de 2001 a agosto de 2002, o Nepal viveu sob estado de emergência.
Hoje a guerrilha acusou a aliança de sete partidos oposicionistas que liderava as manifestações de trair o povo ao aceitar a reabertura do Parlamento.
Único reino hinduísta do mundo, o Nepal é conhecido como o teto do mundo por ficar na Cordilheira do Himalaia e ter a montanha mais alta do mundo, o Everest (8.850 metros).
Agora a oposição pretende convocar uma assembléia constituinte para tornar o rei uma figura decorativa ou simplesmente acabar com a monarquia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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