O deputado socialista italiano Claudio Fava, relator da comissão de investigação do Parlamento Europeu sobre as atividades da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos na Europa na guerra contra o terrorismo, concluiu haver provas suficientes de que o serviço secreto americano seqüestrou suspeitos na União Européia para torturá-los em outros países. Os governos europeus sabiam o que estava acontecendo e colaboraram com os EUA.
Mais de mil vôos fretados pela CIA tiveram aterrissagens na Europa. Era impossível que seus governos e serviços secretos ignorassem isto. Os suspeitos foram presos e levados para países como a Jordânia, a Síria, o Egito ou o Afeganistão, onde a tortura é um método rotineiro de interrogatório, como reconhecem os documentos sobre direitos humanos do próprio governo dos EUA.
O relatório destaca que seqüestro e tortura são violações inaceitáveis dos direitos humanos e que os governos e agentes que colaboraram ou foram coniventes com estes crimes são igualmente culpados.
A Itália, a Suécia e a Bósnia-Herzegovina são citadas como países que colaboraram com os vôos secretos da CIA. Surpreendentemente o relatório ignora a Alemanha, que teria cooperado na detenção de Khaled al-Masri, cidadão alemão seqüestrado na Macedônia e levado para o Afeganistão, onde foi torturado.
Agora o relatório passará por comissões. Em julho, deve ser aprovado pelo plenário do Parlamento Europeu.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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