O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou nesta terça-feira que seu país conseguiu, em 20 de fevereiro, enriquecer urânio no grau de 3,5%, suficiente para o uso em reatores nucleares para produção de energia para fins pacíficos.
Para fabricar uma bomba atômica, o urânio precisa ser enriquecido num teor muito mais alto, de 50%. Mas o Irã está dominando o ciclo do urânio. Isto inquieta as potências ocidentais, sobretudo os Estados Unidos, que temem que a república islâmica transfira tecnologia nuclear para grupos terroristas, além de ser um fator de desestabilização do Oriente Médio.
Ontem, o presidente George Walker Bush considerou uma "especulação selvagem" a notícia de que os EUA estão escolhendo alvos para um possível bombardeio aéreo limitado para destruir o programa nuclear iraniano. Uma reportagem do experiente jornalista Seymour Hersh para a revista The New Yorker afirma que a Casa Branca pensa até mesmo em usar armas nucleares táticas para atingir instalações nucleares subterrâneas.
A questão nuclear iraniana foi encaminhada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) ao Conselho de Segurança das Nações Unidos, que pode aplicar sanções ou até autorizar o uso da força. Mas a China e a Rússia, duas potências com poder de veto na ONU, são contra sanções, que poderiam provocar uma retaliação do Irã usando o petróleo como arma econômica.
Antes mesmo do anúncio do Irã, por causa das notícias sobre escolha de alvos pelos EUA, o petróleo chegou a US$ 69 por barril.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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