domingo, 2 de abril de 2006

Tailandeses votam não em boicote a eleições

Depois de tantos escândalos de corrupção, está aí algo que interessaria ao eleitor brasileiro.

Na Tailândia, a oposição decidiu boicotar as eleições antecipadadas pelo primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, o homem mais rico do país, na tentativa de abafar seus próprios escândalos, inclusive a venda de seu império de telecomunicações por US$ 1,9 bilhão. Das 500 cadeiras de deputado na Câmara, 38 não foram preenchidas, o que forçará a realização de novas eleições.

A oposição acusa Thaksin de buscar o que chama de julgamento das urnas para fugir de inquéritos policiais e processos judiciais. Como só o governo apresentou candidatos, em vários distritos o resto da cédula estava vazio mas havia uma opção de votar Não. Para se eleger, um deputado precisa de pelo menos 20% dos votos. A estratégia oposicionista deu certo em Bangcoc, a capital tailandesa.

Mesmo assim, por causa de sua força no interior, Thaksin deve conseguir maioria. Mas será um governo sem legitimidade. “A eleição produzirá um impasse político que vai durar meses”, prevê o cientista político Somjai Phagaphasvivat.

A crise tem um impacto econômico. Está paralisando o pais. A Bolsa de Bangcoc apresenta o segundo pior desempenho este ano no Sudeste Asiático, à frente apenas da Malásia. A negociação de acordos de liberalização comercial com os Estados Unidos e o Japão foi suspensa. O movimento pela queda do primeiro-ministro vai continuar.

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