Os 149 países-membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) não conseguiram chegar a um acordo prévio nas negociações de liberalização comercial da Rodada Doha no prazo previsto: 30 de abril. Esta era a data marcada para que seja possível concluir a rodada até julho de 2007, quando vence a autorização para promoção de comércio dada pelos Congresso dos Estados Unidos ao presidente George W. Bush. Sem esta autorização, deputados e senadores americanos poderiam tentar emendar o projeto, tornando a negociação inviável.
Apesar das declarações de europeus e americanos de que estão empenhados na liberalização comercial, os países em desenvolvimento, entre eles o Brasil, desconfiam do real compromisso dos países ricos com o livre comércio nos setores onde não são competitivos, especialmente na agricultura. Sem um acordo agrícola, não haverá um acordo global.
Um estudo da Universidade de Michigan, nos EUA, calcula que a liberalização comercial proporcionaria um aumento de 6,3% no produto regional bruto da União Européia, de 6,2% no produto interno bruto do Japão e de 5,5% nos EUA. Os agricultores dos países ricos têm peso pequeno na formação da riqueza nacional mas seus lobbies são poderosos, inviabilizando grandes concessões, especialmente num ano eleitoral nos EUA.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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